A Ucrânia tem de alcançar um acordo para terminar a invasão da Rússia, disse esta segunda-feira o presidente-eleito dos EUA, Donald Trump, em mais um sinal de que poderá favorecer um acordo que consolide os ganhos territoriais russos.
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Zelensky “deve estar preparado para chegar a um acordo, é tudo”, disse Trump sobre o presidente ucraniano numa conferência de imprensa na sua residência privada em Mar-a-Lago, na Florida. “Tem de ser um acordo. Demasiadas pessoas estão a ser mortas”.
Trump referiu ainda que vai demorar mais de um século a reconstruir as cidades ucranianas destruídas pela invasão russa e afastou as expectativas ucranianas de recapturar território conquistado pela Rússia.
“É simpático dizer que querem as terras de volta, mas as cidades estão praticamente destruídas”, disse Trump. “Olhamos para algumas destas cidades e não há nenhum edifício de pé. Por isso, quando dizem ‘reconquistar o país’, é reconquistar o quê? É uma reconstrução de 110 anos”.
O futuro presidente dos EUA criticou também o uso de armas norte-americanas para atacar alvos no interior da Rússia, contrariando a atual política da Casa Branca, o que indica uma possível reversão da autorização caso o conflito se prolongue.
Os comentários são o sinal mais recente de que Trump, após tomar posse a 20 de janeiro, poderá reverter grande parte, senão totalmente, a ajuda dos EUA à Ucrânia.
Trump disse repetidamente que se fosse presidente nos momentos que antecederam o conflito, este nunca teria acontecido, e que conseguiria encontrar uma solução para a guerra em 24 horas se fosse eleito.
O presidente eleito dos EUA garantiu que vai falar com o Presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, para terminar a guerra na Ucrânia, dizendo que ficou perturbado com as imagens de carnificina do conflito.
Numa entrevista recente à revista Time, publicada na semana passada, Trump disse que tem um “plano muito bom”, mas que se o revelar agora tornar-se-á “inútil”.