A Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Cubos, no concelho de Mangualde, foi inaugurada esta sexta-feira (13 de dezembro). A infraestrutura teve um investimento de cerca de 2 milhões e meio de euros, dos quais um milhão e meio comparticipados com fundos comunitários.
Na sessão, o presidente da Câmara de Mangualde destacou a “tecnologia de ponta” da ETAR que é uma “das mais modernas do país”.
“Neste equipamento, as águas residuais serão tratadas através de reatores biológicos que asseguram a remoção da carga orgânica e de nutrientes, garantido água de elevada qualidade para uma utilização segura para a saúde pública e também para o meio ambiente”, explicou Marco Almeida.
O autarca sublinhou que este tipo de infraestruturas “contribuirão para diminuir problemas de escassez de água”. Marco Almeida falou ainda na utilização desta ETAR para permitir a reutilização da água na indústria e agricultura.
“A ETAR de Cubos será uma produtora de água em condições ótimas para ser reutilizada na indústria e na agricultura, permitindo rentabilizar este recurso e diminuir a pressão hídrica na barragem de Fagilde”, disse, lembrando que para isso a autarquia já submeteu “o pedido de licenciamento de água para a reutilização para fins industriais à Agência Portuguesa do Ambiente (APA)”.
Mangualde quer mais sete ETAR nos próximos anos
Com o objetivo de potenciar a reutilização de água, Marco Almeida adiantou que o objetivo é dotar o concelho “de equipamentos mais eficientes e sustentáveis com a construção de mais sete novas estações”.
“Nos próximos anos, temos a ambição de reutilizar mais de 50 por cento das águas residuais produzidas no nosso concelho, o que se traduzirá numa produção, neste momento, de mais de 700 mil metros cúbicos de água por ano. Dessa forma, seremos dos primeiros municípios do país com tão elevada percentagem de água reutilizada”, disse.
Para isso, Marco Almeida pediu apoio ao governo já que “será necessário modernizar outra ETAR, a ETAR Poente de Mangualde”. “Contamos com a disponibilidade do governo para encontrarmos financiamento para esta ambição. Queremos ser uma referência na área do ambiente e da sustentabilidade”, disse.
O autarca aproveitou ainda para lembrar que nos últimos seis anos “foram construídas 11 ETAR no concelho, fruto de um grande trabalho dos anteriores executivos, liderados por João Azevedo e Elísio Oliveira”.
Perante o pedido de apoio, o secretário de Estado do Ambiente, Emídio Sousa, garantiu que o Governo vai “olhar com muita atenção para isso”.
Emídio Sousa falou ainda na vontade em “colocar a água como uma das prioridades da União Europeia” e que para isso já foi subscrita uma carta por 21 países.
“Na questão da água, o governo está especialmente empenhado. Foi, inclusive, criado um grupo de trabalho para rever o plano nacional da água, que vai acomodar muito as novas origens da água”, disse.
Na sessão esteve ainda o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). José Pimenta Machado sublinhou que esta infraestrutura “encerra aquilo que é uma visão diferente de como olhamos para as ETAR”.
O responsável lembrou ainda os problemas da falta de água, referindo que na região “o problema não é propriamente a falta de água, é a gestão da água”, referindo-se à barragem de Fagilde que “não está preparada para aquilo que é a gestão deste novo clima”.
Em relação a Fagilde, José Pimenta Machado disse que em breve espera reunir com a Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões para apresentar o projeto da barragem.