As simplificações empresariais continuam a alimentar as fusões e aquisições, uma vez que as empresas procuram destacar ativos subvalorizados, separar negócios divergentes e melhorar o foco geográfico.
O Goldman Sachs publicou o seu relatório anual “2025 M&A Outlook: Building Momentum on a Global Stage”, que destaca as principais tendências que terão impacto na atividade de fusões e aquisições em 2025.
“O mercado de fusões e aquisições está a ganhar força à medida que a atividade dos patrocinadores recupera, a dinâmica regulamentar e monetária normaliza e as empresas continuam a demonstrar a sua intenção de simplificar as carteiras”, diz Stephan Feldgoise, Co-Chefe de Fusões e Aquisições Globais.
O inquérito do banco diz 47% dos inquiridos acreditam que o crescimento estratégico e a adição de novas capacidades serão os principais impulsionadores das decisões de fusões e aquisições para 2025.
O relatório destaca, entre outros temas, que em 2025 os principais desafios para as fusões e aquisições estão relacionados com a incerteza da política monetária e da regulamentação, mas que estes sejam resolvidos, pelo menos de forma geral. “O que deverá gerar um ambiente de maior confiança, impulsionando novas negociações entre empresas, especialmente com a expectativa de que a nova administração dos EUA adote políticas regulamentares mais favoráveis”.
“A simplificação está a tornar-se mais sofisticada, mais valiosa e mais global”, defende o Goldman Sachs.
As simplificações empresariais continuam a alimentar as fusões e aquisições, uma vez que as empresas procuram destacar ativos subvalorizados, separar negócios divergentes e melhorar o foco geográfico.
Impulsionada por uma mistura de complexidade da carteira e alocação ideal de capital, a atividade de cisão corporativa (spin-off) permanece forte em todo o mundo, com poucos sinais de desaceleração.
“A esperada onda de transformação da indústria já está a provocar fusões e aquisições entre empresas tecnológicas, especialmente nas áreas de Infraestrutura e Plataforma da IA”, refere o banco.
“A oportunidade da IA continua a impulsionar este movimento”, acrescenta.
O estudo detalha que durante mais de um ano, os mercados de capitais procuraram clarificar dois pontos de estrangulamento comuns às fusões e aquisições: a política monetária e a regulamentação.
Mas “com a normalização destas dinâmicas, uma tecnologia geracional a perturbar as indústrias, patrocinadores à procura de liquidez e um desejo crescente das empresas de transformarem os seus portfólios através de fusões e aquisições, esperamos um potencial de crescimento significativo para a realização de negócios no próximo ano – mas com uma boa dose de volatilidade à medida que os mercados de capitais navegam por ‘incógnitas conhecidas’, sob a forma de tarifas, geopolítica e muito mais” refere o banco norte-americano.
Embora os volumes globais de fusões e aquisições tenham aumentado +15% em termos homólogos, os números agregados contam apenas metade da história. Os volumes de fusões e aquisições relativos à capitalização bolsista global situam-se atualmente nos mínimos dos últimos 20 anos e o sentimento está a melhorar, com os líderes concentrados não só na estabilidade, mas também no crescimento.
Num inquérito realizado em novembro junto dos clientes da Banca de Investimento da Goldman Sachs, que inclui empresas e patrocinadores financeiros, quase metade dos inquiridos acredita que o crescimento estratégico e a adição de novas capacidades serão os principais impulsionadores das decisões de fusões e aquisições em 2025 – com este número a atingir quase 60% no caso das empresas privadas.