A Fitch elevou esta sexta-feira os ratings de longo prazo de cinco bancos portugueses (Caixa Geral de Depósitos, BCP, BPI, Novo Banco e Montepio Geral), num conjunto de relatórios da agência sobre os principais bancos nacionais.
No caso da CGD, o rating dos depósitos foi melhorado para A- e o de emitente de longo prazo para BBB+, com perspetiva estável, adiantou o banco em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
No comunicado, a CGD assinala que a Fitch “subiu os ‘ratings’ Long-Term Issuer Default Rating (IDR) de BBB para BBB+, com ‘outlook’ [perspetiva] estável, e Viability Rating (VR) de bbb para bbb+”.
Paralelamente, “o ‘rating’ Short-Term Issuer Default Rating subiu de F3 para F2 e o rating dos depósitos de longo prazo foi elevado a A-, um nível acima do IDR”.
“A Fitch salienta na sua avaliação o reforço dos indicadores financeiros da Caixa, incluindo a melhoria estrutural da rendibilidade, da qualidade dos ativos e da posição de liquidez”, referiu o banco.
“Com este ‘upgrade’ [subida], no decurso do ano de 2024, a Caixa vê o seu ‘rating’ elevado pelas três agências que a avaliam, à semelhança do que se verificou em 2023”, rematou a CGD.
Já o ‘rating’ (avaliação) de longo prazo do BCP foi reviso em alta de “BBB-” para “BBB”, mantendo a perspetiva positiva, comunicou o banco ao mercado.
“O Banco Comercial Português (BCP) informa que a Fitch Ratings atualizou o ‘rating’ de longo prazo de divida sénior do BCP de BBB- para BBB”, lê-se no comunicado enviado à CMVM. A perspetiva manteve-se estável.
Segundo a mesma nota, a revisão em alta da avaliação do BCP reflete a melhor situação do banco em termos de capitalização e perfil de financiamento.
A Fitch também teve em consideração o ambiente operacional do país e as oportunidades de crescimento do banco.
Já a perspetiva positiva reflete “a visão da Fitch de que o perfil de negócios, a rentabilidade e o capital interno do BCP” deverão melhorar estruturalmente se o banco executar, com sucesso, o seu novo plano estratégico.
Quanto ao BPI, o rating passou de BBB+ para A- com uma perspetiva estável, adiantou esta sexta-feira a instituição financeira, também em comunicado publicado pela CMVM.
Na nota, o banco informou que a “Fitch Ratings subiu o ‘rating’ do Banco BPI de longo prazo, de ‘BBB+’ para ‘A-‘, com uma perspetiva de evolução (‘Outlook’) Estável, na sequência da subida do ‘rating’ do seu acionista CaixaBank anunciada no passado dia 04 de dezembro”.
A Fitch subiu ainda as notações da “dívida sénior ordinária (‘senior preferred’) de longo prazo e depósitos de longo prazo de ‘A-‘ para ‘A'”, concluiu.
A Fitch melhorou também o rating do Novo Banco para ‘BBB’ de ‘BBB-‘, deixando a perspetiva (‘Outlook’) inalterado em estável, adiantou o banco.
“O ‘upgrade’ reflete a melhoria, pela Fitch, do ambiente operacional dos bancos portugueses, para ‘bbb+/Estável’ de ‘bbb/Positivo’, juntamente com a conclusão da reestruturação do modelo de negócio do novobanco e o reforçado perfil financeiro do banco”, indica o Novo Banco, em comunicado enviado à CMVM.
Paralelamente, foram também revistos outros ‘ratings’ de longo prazo: o Long-Term Issuer Default Rating passou para ‘BBB’ de ‘BBB-‘ e o Viability Rating para ‘bbb’ de ‘bbb-‘.
A Fitch justificou as notações de ‘rating’ do Novo Banco com a sua “sólida posição no mercado português e um modelo de negócio estável, centrado na banca de retalho e empresas, garantindo uma rentabilidade saudável e rácios de capital em conformidade com os requisitos regulamentares”.
“As notações destacam ainda a forte presença doméstica do banco, a sua eficiência operacional, um perfil de financiamento estável e mais diversificado, e a melhoria contínua da qualidade dos ativos. Espera-se que esta qualidade de ativos continue a melhorar, impulsionada pelo recente término do Acordo de Capital Contingente (“CCA”) com o Fundo de Resolução Português”, lê-se no comunicado.
O fim antecipado do acordo de capitalização contingente, que estava previsto até dezembro de 2025, foi anunciado na semana passada.
O CCA foi negociado durante o processo da compra do Novo Banco pelo fundo Lone Star, em 2017, e foi ao abrigo deste que o Fundo de Resolução injetou mais de 3.000 milhões de euros no banco. Em contrapartida, o acordo proibia a distribuição de dividendos pelo banco.
A Fitch voltou também a subir os ratings do banco Montepio, com os depósitos a passarem para o nível de investimento, em ‘BBB-‘, e a dívida sénior não garantida a fixar-se agora em ‘BB+’, com uma perspetiva estável, adiantou a instituição.
Num comunicado publicado igualmente pela CMVM, o banco informou que “a agência de notação financeira Fitch Ratings (Fitch) subiu o ‘rating’ dos depósitos (Long-Term Deposits) do Banco Montepio para o nível de investimento (investment grade) de BBB- e o da dívida sénior não garantida (senior preferred) para BB+, mantendo a perspetiva estável (Outlook Stable)”.
De acordo com o Montepio, “esta é a quarta subida consecutiva do ‘rating’ da Fitch nos últimos vinte e quatro meses, num total de seis níveis”.