Adriano despede-se domingo do futebol, no Maracanã, num jogo entre o Flamengo e os Amigos da Itália, no qual marcarão presença de alguns ex-companheiros de equipa. Em entrevista ao ‘Globoesporte’, o ‘Imperador’ fala dos melhores momentos da carreira, dos períodos difíceis, da depressão e da forma como questionou as opções que foi tomando ao longo da vida, como a saída do Inter.
“Quando saí da Inter, estava com depressão, voltei e tinha aquela coisa de regressar para a Itália. Até o Mourinho falava: O dia em que você for convocado para um jogo da Seleção no Brasil, já sei que não vai voltar (risos)’. E eu não voltei mais porque realmente não estava com cabeça e não ia ficar a roubar o Moratti. Eu ganhava muito bem, tinha mais quatro anos e salário aumentava a cada ano. O meu pai e a minha mãe não me criaram assim, eu não estava com cabeça. Ele ligou-me e eu disse-lhe que não estava mais com cabeça e coração para continuar. Na mesma hora, eu fui discutir para pagar a multa, que era muito cara, mas libertou-me e não paguei nada. Não sei se é porque ele tinha gratidão por não ter ido para o Chelsea. Era um carinho e respeito. Aí, fiquei um tempo no Rio, quase dois meses sem jogar, já tinha falado que ia dar um tempo. O Jorginho foi falar comigo da Seleção e disse-lhe que não queria saber de futebol, que precisava de curtir aminha vida e voltar a ser o Adriano de antes. Aí, surgiu a oportunidade de voltar ao Flamengo e aceitei. Quando fui ver, já estava assinar pelo Flamengo e foi aquela festa toda. Não tenho como esquecer e no final ainda fomos campeões depois de 17 anos. Deus tira uma coisa aqui e te dá outra lá na frente. Arrepia!”, refere.
O anúncio da rescisão do contrato entre o Inter de Milão e Adriano foi anunciada a 24 de abril de 2009.