De acordo com a porta-voz da ACNUR, Eujin Byun, o ciclone, que atingiu a costa norte de Moçambique no domingo através de Cabo Delgado e Nampula, provocando pelo menos 34 mortos no país, até ao momento, “destruiu casas, desalojou milhares de pessoas e danificou gravemente” estradas e vias de comunicação, “dificultando os esforços de ajuda em áreas que já acolhem um grande número de deslocados” devido ao terrorismo.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) reconheceu hoje que o ciclone Chido agravou as necessidades de populações no norte de Moçambique deslocadas pelo terrorismo, com 190 mil pessoas a precisarem de apoio “urgente”.
De acordo com a porta-voz da ACNUR, Eujin Byun, o ciclone, que atingiu a costa norte de Moçambique no domingo através de Cabo Delgado e Nampula, provocando pelo menos 34 mortos no país, até ao momento, “destruiu casas, desalojou milhares de pessoas e danificou gravemente” estradas e vias de comunicação, “dificultando os esforços de ajuda em áreas que já acolhem um grande número de deslocados” devido ao terrorismo.
Aquela agência das Nações Unidas para os refugiados assume estar “profundamente preocupada com o impacto nestas comunidades vulneráveis”, estando “a trabalhar em estreita colaboração com o Governo de Moçambique e com os parceiros humanitários para prestar assistência imediata” às populações afetadas.
“Em algumas aldeias, muito poucas casas permanecem de pé. Anos de conflito, deslocações forçadas e dificuldades económicas deixaram as comunidades da região cada vez mais vulneráveis. Para muitas famílias deslocadas, o ciclone Chido causou novas dificuldades, destruindo o pouco que conseguiram reconstruir”, alertou a porta-voz do ACNUR, garantindo que aquela agência está “a coordenar a prestação de serviços vitais de proteção aos mais vulneráveis”.
“Embora a extensão total dos danos nas zonas rurais permaneça incerta, as avaliações preliminares sugerem que cerca de 190 mil pessoas necessitam urgentemente de assistência humanitária, 33 escolas foram afetadas e quase 10 mil casas foram destruídas”, sublinhou ainda Eujin Byun.
Nas primeiras 48 horas, o ACNUR refere ter prestado assistência no maior centro de alojamento de Pemba, capital de Cabo Delgado, “onde mais de 2.600 pessoas receberam ajuda de emergência e artigos essenciais, como cobertores, colchões, redes mosquiteiras e artigos para abrigos de emergência”.
Pelo menos 34 pessoas morreram em Cabo Delgado, Nampula e Niassa, na passagem do ciclone tropical intenso Chido, no domingo, e 35 mil casas foram afetadas, além de 34 unidades sanitárias, segundo novo balanço preliminar divulgado hoje.
De acordo com um relatório do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), o ciclone tropical, que se formou em 05 de dezembro no sudoeste do oceano Indício, entrou no domingo pelo distrito de Mecúfi, na província de Cabo Delgado, no norte do país, “com ventos que rondaram os 260 quilómetros por hora” e chuvas fortes.
Entre os impactos preliminares já contabilizados, até às 18:00 locais (menos duas horas em Lisboa) de segunda-feira, a situação já afeta 174.518 pessoas, num total de 34.219 famílias, 34 mortos – 28 em Cabo Delgado, três em Nampula e três em Niassa – e 319 feridos, além de 11.744 casas parcialmente destruídas e 23.598 totalmente destruídas.
Foram afetadas igualmente cinco casas de culto, nove escolas e 34 unidades de saúde, mas também a interrupção do sinal das três operadoras de telecomunicações móveis em Cabo Delgado e o corte do cabo de fibra ótica entre Chiure e Namapa, naquela província.
O ciclone tropical intenso Chido, de escala 3 (1 a 5), atingiu a zona costeira do norte de Moçambique na noite de sábado para domingo, segundo o Centro Nacional Operativo de Emergência (CNOE), mas enfraqueceu para tempestade tropical severa, apesar de ter continuado a fustigar as províncias a norte, com “chuvas muito fortes acima de 250 mm [milímetros]/24 horas, acompanhada de trovoadas e ventos com rajadas muito fortes”.